Um post curto em estilo visogodo
não santareno….
Escrevo muito. Porque gosto de
explicar bem e medir as palavras. Hoje não vou passar dos caracteres de uma
página e meia. Vou tentar fazer, com a devida vénia, como um certo blogger, com nome de sonoridade visigoda, que
gosta de nos fazer de parvos, e vou armar-me em
conselheiro de quem manda. O tema é complexo mas pode ser abordado de forma
simples. Como fazer, nesta urgência, para
criar soluções para o problema dos professores que, sendo de carreira, ficaram
sem horário na sua escola e continuam em concurso, ou para ficarem no fim com
horário zero na escola onde estão ou para mudar de escola (alguns, após décadas
naquela de onde partem)?
O ministro já tentou com as suas
medidas quando os números ainda não estavam consolidados (estavam a formar-se).
Deu nisto:
O caso está matematicamente
evidente aqui http://japm-pe-ante-pe.blogspot.pt/2012/08/o-numero-consolidado_1.html.e na comparação numérica com o ano passado.
Soluções possíveis:
1-
Estudar. Sem preconceitos de classe e de ideologia ou
via. As medidas aplicadas pelo ministério sofreram de falta disso (daí a
atrapalhação presente) e de alguma falta de atenção às chamadas consequências
imprevistas (alguém pisou de mais no acelerador – a ideia era passar por cima
dos contratados mas dizimou-se o resto também…). Quem mexe num sistema com
medidas em feixe deve prevenir a conjugação negativa das medidas e estudá-las
com modelos até matemáticos mas que não sejam meras fórmulas folclóricas para
“épater le bourgeois”. Os gabinetes do ministério e dos centros menos lisboetas
estão cheios de especialistas entronizados politicamente que se falassem com os
directores de escola com respeito (e sem ameaças despropositadas) e a ouvir no
momento certo veriam as coisas de outra forma. E agora estava tudo muito mais
calmo e o Verão não teria este silly moment que é num país com tanta ignorância,
e que precisa de professores, uns milhares ficarem sem nada para fazer, com
tanto de útil para fazer. E com os custos das feridas da humilhação e
indignidade.
2-
Se se estudar mesmo o problema sempre se verá que mesmo
sem medidas nenhumas quem ficar sem horário no fim de tudo vai quase sempre
ficar onde está e a apoiar alunos. Ninguém vai para a mobilidade especial
porque não há lei para isso. Ficarão menos motivados e menos úteis do que a dar
aulas, contudo. E a custar o mesmo (e se a depressão não os roer e não caírem
na baixa). Daí que as medidas de combate ao abandono da lista de 11 sejam
essencialmente o que se faria mesmo se são se fizesse nada ….
3-
Aceitar que na
economia não é o cão que abana o rabo mas o rabo que abana o cão. E que,
por isso, tentar cortes de 20% ou mais mesmo num cão com cauda farta pode ser
matar o cão ou estropiá-lo. Por exemplo, cortar na coordenação das escolas pode
ser estropiá-las (é uma originalidade mundial ter escolas sem ninguém a
coordená-las a tempo directo). Se se recuperarem 6 horas lectivas em 200
escolas recém agrupadas isso dá 1200 horas semanais no total do país. Se for
para o dobro dá 2400 horas. Como com 6 horas se “salva um professor” isso dá (e
faço a conta a 12 para dar folga) 200 horários de diversos grupos…. Podia dar mais
dependendo de quem carregasse no acelerador desta solução. E teriam muito trabalho
útil os que por lá ficassem…
4-
Se os professores mais velhos em DACL vão para apoios
por remedeio porque não dar-lhes o seu direito e reduzir-lhes a componente
lectiva, com base no regime transitório negociado com os sindicatos e que
orientações do direito circulatório interno do ministério, dizem que não se
aplicam…. Por cada pessoa entre 50 e 55 anos isso dá umas 2 horas. Se existirem
3000 nestas condições isso dá 6000 horas. A dividir por 12 dá 500 horários (se
for por dividido por 6 que é o mínimo da componente lectiva dá mais).
5-
Se parte das direcções voltarem a não ter componente
lectiva isso dá umas 6 a
8 horas em cada agrupamento (que vão ser trabalhadas e há muito que fazer….).
Para mil serão umas 6000 horas por baixo. 1000 horários em packs de 6, 500 a 12 horas.
6-
Se os CEF de 2º e 3º ciclo e PIEF voltarem a ser
geridos não só para alunos com 15 anos e retenções mas para os que têm
retenções mesmo com menos de 15 isso dá entre 500 a 1000 horários mais (que
só serão para contratados se lá forem postos e para os casos em que não houver
gente do quadro habilitada).
7-
Se os desdobramentos das estruturantes física química e
ciências voltarem à forma do ano passado teremos uns 1000 horários mais (é ver
a tabela). E grande contributo para o sucesso….
8-
Se as turmas já estivessem todas aprovadas com toda a
certeza a 9 de Agosto saiam uns 10% dos horários zero actuais.
Assim, números
redondos e perdoem a este aluno que não passou do 9º ano de matemática, se
houver enganos, neste bocadinho e com estas ideias de parolo de Viana, pago pelo
2º escalão de professor, e que de nada é especialista, apresento contas que
“salvam” 3100 horários….. (as medidas anunciadas na crise retiraram 1548….).
Para um minhoto saloio não está mal. E saliento que as medidas não acrescentam ao
orçamento de Estado (porque os salários dos professores em horário 0, já lá estão
e de lá não sairão). E se considerarem a medida 8 são mais uns 1400 horários.
E vejam, nem
falei de redução do número de alunos por turma nem de revisão curricular……deixo
isso para os percebam mais de eduquês ou sejam doutorados nisso…..
1 Comments:
Parabéns!
Como se devia saber nós somos a solução e não o problema!
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